domingo, 19 de junho de 2011


Uma vez, criança eu era em tempos idos de outrora,
minha mãe me pôs para dormir.
E meu pai me contou histórias
Sobre reis e dragões
e príncipes e princesas
e terras distantes, e maravilhas diversas
Até onde os limites da imaginação permeiam.

Então adormeci.
E com meus próprios olhos tais limites eu vi
E por entre guerras e aventuras e fantasias eu vivi
E a tonalidade exótica e o ritmo envolvente de muitas músicas eu ouvi
E o calor e o frio de muitas estações a fio, eu senti.
E por muito, e muito
E muito tempo, no topo da montanha de sonhos que construí,
eu permaneci.

Até que me percebi.

E então despertei
E meu pai e minha mãe não estavam mais ali.
Rangiam as dobradiças da porta e assobiava agudo o vento pela janela
Tentei me levantar, mas por um instante derrotou-me o peso do tempo
O peso do tempo que passa
e não se percebe.

Finalmente venci minhas juntas relutantes
e arrisquei alguns passos tímidos.
Até que olhou-me de viés o espelho
e pude ver o que se sucedera:
Minha longa barba branca era feita de sonhos
que pelo chão se esparramavam
sem fim à vista
As rugas em minha face perfaziam labirintos de idéias
incontáveis idéias concebidas mas não utilizadas
que jaziam ali, com o tempo
E a profundeza dos meus olhos era feita de esquecimento
e descompromisso com as eras, que
como longo exército,
pareciam que tinham acabado de marchar sobre mim.

Voltei tais olhos para minha cama
e vi que ela também era construída de ilusões e irrealidade.
Tentei me lembrar, mas tudo o que restava na minha mente
era o momento logo anterior ao meu adormecer.

Achei-me de repente jogado nessa desolação,
resumia-se minha vida a isso.
Achei-me de tal modo que não poderia dizer
Quem eu fui
Quem viria a ser
E quem era eu.



Quem sou eu?









(O título do poema é a própria imagem.)

sábado, 23 de abril de 2011

Rio - O Filme

Bom, demorou mais de um ano, mas, como prometido, finalmente venho aqui escrever o meu primeiro artigo depois do poema de apresentação.


Ontem eu fui ao cinema ver o filme "Rio", do diretor Carlos Saldanha, que, como todo mundo já sabe por via da sua campanha publicitária super eficaz, foi o mesmo cara que co-dirigiu "Era do Gelo", sucesso de bilheteria e, na minha opinião, ótimo filme.
Esbanjando exuberância e riqueza de detalhes apesar de possuir uma história simples e sem muitos rodeios, "Rio" é um ótimo filme para se levar as crianças ao cinema ou para se assistir com a família. O interessante é que, provavelmente pela própria mão do diretor, bom brazuca e carioca, "Rio" quebra o estigma de filmes americanos que generalizam a realidade brasileira como "mais um daqueles países latinos que vêm depois do México, lá pra baixo" e cria uma ambientação bem próxima à brasileira mesmo.
Descrever a complexa atmosfera carioca é uma tarefa difícil, e descrevê-la em sua integridade naturalmente não é objetivo do filme, voltado para o tema infantil (e claro, não sejamos ingênuos, principalmente para o tema turístico, também); ainda assim, analisando-o por esse viés infantil, fora algumas licenças poéticas, "Rio" quase não deixa a desejar em relação à contextualização da história em um universo carioca, mesmo que esteja na cara que esse seja essencialmente um universo de descrição turística. O elemento que contribui para que o expectador tenha uma visão mais apurada de alguns aspectos do Rio e da cultura brasileira é, sem dúvida, os inúmeros e precisos detalhezinhos espalhados pelo filme, que dão vida a esse contexto carioca.
Só para citar alguns deles: o ornitólogo trabalha no RioZoo, recriado através de seu portão de entrada inconfundível; após o roubo de Blu do zoológico: o uniforme do PM é bem fiel, com direito à bandeirinha do estado do Rio e outros detalhes bem característicos; o pátio do Cristo também se parece muito com sua versão de verdade; as ruas de Santa Teresa, e o bonde; a beira da praia e seus elementos: as cadeiras e mesas vermelhas dos quiosques, as pessoas jogando futevôlei na areia; a comoção logo antes do gol no jogo do Brasil contra Argentina; o ipê rosa ao fundo da cena final do filme; a camisa 10 verde e amarela do menino da favela; até a bunda da morena, tão polêmica nas propagandas turísticas dos anos 70 e 80, tem lugar na recriação da cidade.
Dentre todos esses detalhezinhos, o que de longe mais me chamou a atenção foram os miquinhos e seu papel no filme; eles participam de uma parte do filme um tanto curta, considerando-se a história como um todo. Na cena no Cristo Redentor, eles dançam, distraem, roubam os turistas e logo depois vão se divertir em um baile funk expondo seus anéis, brincos e relógios roubados, juntamente com alguns adereços próprios de estilo estético um tanto duvidoso, é bom notar; até aí tudo bem, consegue ser até um retrato surpreendentemente condizente com a realidade carioca considerando-se o tema infantil do filme. Mas um detalhe disso que não me escapa da mente é o seguinte: eles não passam de macacos. Posto exatamente assim, pelo filme.
Mesmo que você não o tenha visto, é só reler o parágrafo que vem antes do anterior para se convencer de que os caras que estiveram envolvidos com toda a relação do filme com o Brasil tinham ótimas referências e provavelmente consultores igualmente ótimos sobre todo e qualquer aspecto da cultura brasileira: é óbvio que não se faz um filme assim com meia dúzia de americanos que leram livros sobre o Brasil. Eu sinceramente não sei muito bem qual é o peso da palavra "monkey" no inglês, mas certamente não deve ser tão menos racista e depreciativo quanto chamar alguém de macaco no português, principalmente porque refere-se a metáfora à população da favela, majoritariamente composta de negros. Agora, voltando à história das referências, deduzindo-se que a produção do filme tinha à sua disposição uma equipe muito boa de consultoria sobre os assuntos do Brasil, seria ridiculamente ingênuo achar que esse detalhe da história tenha sido meramente acidental, que não tenha sido previsto por ninguém, e que as pessoas simplesmente tenham feito vista grossa para deixá-lo passar e entrar na trama.
Tentando amenizar o efeito discriminatório e segregativo da metáfora, pode-se imaginar que o filme chame de "macacos" apenas os que fazem parte do grupo de ladrões. 'Tá bom, pode até ser; não sei a você, mas pelo menos a mim isso não convence, considerando os efeitos ruins que a análise simplificada de uma realidade tão complexa quanto essa traz, mesmo que ela aconteça num filme meramente infantil (às vezes o fato de ela acontecer em um filme voltado para crianças pode piorar ainda mais as coisas).
Fora essa metáfora e suas decorrências, que, para dizer a verdade, ocorre em um lance um tanto rápido do filme (e que para muitos talvez tenha passado despercebido), "Rio" de fato não é um filme racista. Sendo justo: se fosse, não exibiria a realidade do menino da favela que não tem pai, mãe ou qualquer tipo de família e que vende seus serviços ao tráfico (que no filme é retratado como o tráfico ilegal de animais) para poder continuar a sobreviver em sua vida miserável. Também, se fosse racista, provavelmente retrataria as pessoas da favela (em sua forma "real", e não através da metáfora dos micos) de um jeito completamente diferente, e não como pessoas comuns que são, como todo mundo. Me senti à vontade para descrever a parte dos miquinhos longamente em relação ao resto do texto simplesmente porque foi algo que me saltou muito aos olhos, e quero reiterar que, considerando o todo da obra, "Rio" não é um filme racista.
Finalmente, eu acho que vale à pena ir ao cinema para ver esse filme. Não para esperar alguma história muito bem desenvolvida, mas para curtir suas cores, suas músicas, suas intertextualidades, piadas, cenas bonitas e qualquer outra coisa que agrade os sentidos e que proporcione a prazerosa diversão que se espera quando se vai ao cinema.

Pierluigi Piccolo Raso
Indigoweise 02

sábado, 22 de agosto de 2009

Darth13

Olá pessoal do Die Indigoweisheit!

Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, eu podia estar na privada!

Mas preferi vir pra frente do pc e fazer uma apresentação - espontânea - diga-se de passagem!

Há um bom tempo tenho me realizado no sentido de conhecer algumas pessoas fantásticas na minha, na sua, na nossa, segunda casa... . Pessoas essas que acredito que estarão presentes nesse blog, fora as que já estão! Com as quais insisto em trocar experiências, tanto teóricas quanto práticas, sobre os mais diverssos, importantes, inovadores e sobretudo entusiasmantes assuntos!

No caso de alguns desses assuntos, principalmente em sua parte prática, sabemos nós todos das várias dificuldades que nosso meio nos impõe. No entanto, nunca desistimos de sonhar, por assim dizer, em colocar as nossas melhores idéias, de forma coerente e responsável, tanto no papel (pois algumas de tão originais, nem pra lá foram) e futuramente em prática. Sempre objetivando algo que possa servir ao mundo de maneira benéfica.

É com orgulho de saber que em meio a tantas coisas ruins que circulam por ai, ainda existem pessoas como nós que temos consciência da importância de nossos objetivos, que eu encerro aqui minha apresentação!

Grande Abraço a Todos,


Darth13 - Indigoweisheit 06

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pensadores, de pé! Ideia não tem mais acento!

Outra reforma ortográfica, para desespero daqueles que, assim como eu, estão terminando a escola. Teremos pouco tempo para nos acostumar com uma grande quantidade de mudanças que, eu me pergunto, serviram pra quê?

A desculpa daqueles que propuseram a reforma era a de que esta aproximaria o português utilizado nos países falantes desta língua, facilitando assim a comunicação e o entendimento entre eles, e objetivando uma futura unificação do português.

Mas vamos encarar os fatos. Os brasileiros em geral não se comunicam com tanta frequência (sem trema agora...) com os habitantes desses outros países, exceto aqueles poucos que tem parentes ou conhecidos no exterior. E mesmo com a reforma continuarão existindo diferenças nas grafias, dificultando assim a leitura dos mesmos. A falta de contato impossibilita que a língua evolua da mesma maneira em todos os países. Assim, se realmente houvesse o objetivo de unificar o português, seria necessário fazer reformas periódicas para “corrigir” os neologismos, abreviações e outras diferenças que inevitavelmente surgiriam ao longo do tempo.

Ainda há outra desvantagem: a necessidade de modificações frequentes deixa os usuários da língua com sérios problemas, já que o certo se torna errado e o errado se torna certo, precisando de um bom tempo até que as pessoas se acostumem com a nova realidade.

Apesar de tudo isso, sou a favor da ideia de unificação. Desde que unifique. Afinal, se todos falamos a mesma língua, deveríamos nos entender, mas meramente aproximar não resolve. Afinal, o português já é bastante aproximado do espanhol, do italiano, e nem por isso usuários dessas línguas entenderiam nem se fariam entender por um brasileiro, por exemplo, sem conhecer previamente a língua do interlocutor.

Assim, termino aqui deixando o registro da minha indignação com uma reforma fracassada. Peço desculpa a todos os que trabalharam para que ela acontecesse, mas sinto em dizer que não foi mais que uma grande perda de tempo, para todos. Uma boa reforma ortográfica deveria, no mínimo, buscar uma simplificação da língua, eliminando exceções e substituindo as velhas regras por novas de maior abrangência. E para o caso de uma proposta de unificação, seria melhor perder mais tempo em discussão para que, na data de lançamento oficial das mudanças, esta fosse definitiva.

AC – Indigoweisheit 03

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Konbannichiwa minasan!

E finalmente sai a tão esperada apresentação de minha pessoa! Na verdade esse atraso foi proposital, já que os outros membros bolaram apresentações geniais, e eu como não tenho muita criatividade pra essas coisas, optei pela entrada triunfal no ultimo minuto como marca da minha apresentação! =D

......sacanagem, eu tava vagabundeando no MSN mesmo.

Bem, melhor eu começar a falar de mim... Meu nome completo é Victor Filgueiras Martins Guilherme, tenho 17 anos, estou concluindo o 3º ano do ensino médio / técnico de eletrônica no CEFET. Sou estudante de japonês, com inglês concluído e português sendo progressivamente esquecido. Gosto MUITO de qualquer tipo de automobilismo, desde a Fórmula 1 até corrida de patinetes (com destaque ao automobilismo japonês). Identifico-me com os seguintes grupos: otakus, metaleiros, nerds de jogos, nerds de física e... talvez tenham outros que não lembro agora.

Ainda tá muito pequeno isso aqui... acho que vou colar da apresentação dos outros. xD

Ah, sim. Vou usar bastante a “marca da oralidade” nos meus textos, gosto muito de neologismos e de mistura de idiomas. Se ninguém reclamar usarei também emoticons. Todos já devem ter percebido que eu não sigo muito as regras da boa dissertação... na verdade tou despirocando um pouco mais agora porque é o primeiro texto que eu produzo que não vai ser corrigido por um professor malvado mais tarde, mas juro que eu vou tentar melhorar isso depois. Desculpe-me se você, leitor, tem um apego pela norma culta, mas meus parceiros estão querendo me matar por esse atraso, então estou escrevendo o que vem na minha cabeça, e isso eu acho que já serve muito bem pra me descrever.

Vou procurar postar informações e dicas interessantes, e expor alguns de meus gostos pessoais, talvez alguém se identifique. No fim das contas tudo vai depender mesmo é do público. Espero que bastante gente acompanhe nosso blog, vou aguardar também os comentários! E estando meu texto aprovado pelos meus colegas, é só isso.

Nossa, até que ficou grande!

See you soon! o/
VictFil, Índigo04.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ghabriel Carvas, não é Carlos nem Vargas, é CaRVaS, e com H...

Venho neste post me apresentar como um dos colaboradores autores deste blog. A ideia de criar o blog partiu de mim, queria acima de tudo dispor a todos as refinadas opiniões de nossa equipe (colegas do Ensino Médio do CEFET), desenvolvidas em conversas no almoço, ou durante as aulas.

M
eu nome é Ghabriel do Vale Carvas, aos 17 anos estudo com muito orgulho no CEFET/RJ, prestes a concluir o Ensino Médio e o Técnico Industrial em Eletrônica. Os caros leitores vão descobrir que tenho um gosto especial por jogos de Tiro em Primeira Pessoa (FPS), PC's, tecnologia, Eletrônica, e música de verdade. Também toco violão e guitarra (fingerstyle), atualmente aprendo técnicas dos grandes músicos da CandyRat Records, os quais eu altamente recomendo.

Abomino o uso de drogas, bebidas alcoólicas, cigarros, barulhos que chamam de música (funk, por exemplo), e comunismo. Nota-se também que minha opinião política é extremamente complicada de se entender, visto que possuo muitos critérios para julgar qualquer coisa deste campo. Não gosto de comunismo, simpatizo com socialismo, sou bastante conservador em alguns pontos, e não acho que a sociedade está preparada para algo diferente do capitalismo.
Sou ainda adepto da teoria de que existe gente demais no mundo, e por isso não fico triste ao ouvir que uma Influenza A está matando todo mundo.
Abro aqui espaço para todos os leitores, bem-vindas serão todas as opiniões. Sou eclético, se necessário uso palavras de baixo calão, no melhor estilo Alborghetti com Ronald Rios. Por favor, comentem os nossos posts.


Um beijo na bunda de todos,
CaRVaS
Indigoweisheit 01

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quem sou Eu?

obs.: Para ler a música (e o poema todo em si), é melhor clicar na imagem para abrir a original (maior).